quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Vai você primeiro

Como eu estarei daqui a 7 meses? Algumas vezes me ponho a pensar no futuro, é um bom exercício para avaliar minhas escolhas e imaginar para onde elas podem me levar, por seus múltiplos caminhos, repletos de desvios e retornos, é bom também para reconhecer e relembrar a força do imponderável, da razão inscrita nas estrelas que ainda não sei ler, mas que talvez eu possa ouvir.

 Sábado passado visitamos um casal amigo,  com quem temos muita afinidade, um estilo de vida semelhante, e, principalmente, são estreantes na geração da vida como nós. Eles estão um pouco adiantados, pois a filha já tem mais de um mês de vida, ou seja, estão vivendo o momento que esperamos viver daqui sete meses.

 Acompanhamos esse nascimento desde o namoro dos pais, juntos ficamos felizes com a notícia da gravidez e nos encontramos diversas vezes, para ir ao teatro, ao cinema, ao bar, ao churrasco ou almoço de domingo, sempre, discontraidamente, nos informando sobre os passos da gravidez: os desconfortos do primeiro trimestre, os ultrassons, o sexo do bebê, as opções de nomes, a preparação do quarto, os acessórios do novo lar...

 Sabe quando dois amigos adolescentes estão prestes a entrar numa sala cheia de outros (não tanto) amigos, você não sabe exatamente como se comportar, pois vai entrar num ambiente já formado, então, na ansiedade desse momento, eu costumo ser o cara tímido que diz, vai você na frente, que eu vou te seguindo. 

 Para mim é ótimo ter um grande amigo abrindo o caminho. Confesso que eu estava bem apreensivo com o que iria encontrar na casa após a chegada do bebê. Ficava imaginando que eu seria um intruso, um incômodo que estaria atrapalhando o bom funcionamento do lar e para quem seriam disparados os olhares de "se toca, está na hora de ir embora". Pensei que encontraria a casa em completa desordem, numa correria, todos atabalhoados pelo acúmulo de afazeres e eu lá, à toa, sem fazer nada, sentindo culpa por não poder ajudar.

 Não poderia estar mais equivocado. O que encontrei foi exatamente o oposto do que imaginava.

 Foi um ótimo passeio, o tempo passou rápido, jogamos conversa fora, pudemos tomar cerveja, trocamos algumas dicas, nada de mal, tudo de bom. A casa está em perfeita harmonia, pais felizes e bebê linda. Ainda chego lá.

4 comentários:

  1. Marcelo! Vc me fez chorar...ficamos muito felizes com a visita de vcs, vcs são muito queridos e com certeza amarão a experiência de serem pais, assim como nós estamos curtindo cada momento. Nossos filhos serão muito amigos, perpetuando a amizade que já existe.um beijo, Adriana

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  2. Adriana, que legal! Parabéns pela família e, com certeza, ainda vamos viver muito essa amizade, que se desdobra nos filhos.

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  3. Marcelão, meu caro, quanta beleza nas tuas palavras! Por mais que as etiquetas insistam no contrário, a presença dos verdadeiros amigos é muito importante nesse início. Participar do momento mágico dos pais é potencializá-lo, é alimentar a harmonia do novo lar, jamais importuná-la. Que a descoberta de vocês siga permeada de muita alegria e realização! Aqui estaremos, para dela compartilhar! Um grande abraço

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  4. Suas palavras tambe'm sao belas e tocantes! Voce sempre capta bem o momento e expressa da maneira exata! Abrazos, Marcelo. PS> De Buenos Aires, que por ora esta' facil carregar o bebe.

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