sábado, 3 de dezembro de 2011

Comida nova, cocô novo


Alice já está comendo papinhas, que a mamãe mesmo faz questão de preparar. Não é exatamente como eu faria, pois os livros e a pediatra indicam para não bater no liquidificador, mas a mamãe bate. Como não sou eu quem faço, nem sou eu quem dou a papinha ao bebê, não tenho legitimidade para mandar, só fico no palpite mesmo, é um palpite técnico, com fundamento em benefícios futuros para o desenvolvimento do paladar da criança, mas que não são nada palpáveis. Por ora, o que está valendo, com grande destaque, é a alegria e vontade de comer que Alice demonstra. Não dá mais trabalho do que o esperado, abre o bocão e come tudo! 
 A mudança alimentar alterou a rotina intestinal. Alice ficou umas 48 horas sem fazer cocô,  quando veio, a fralda não segurou tudo o que devia, era muito, até percebermos a dimensão da cagada, sujou o sofá, o tapete, escorreu cocô pela perna, pingou merda pelo chão da casa, até chegar ao quarto. Isso foi da primeira vez, ela ainda fica dois dias sem fazer cocô, mas agora, quando vem, começa com uma bolinha, bem escura, Alice fica vermelha, faz força. Trocamos a fralda e logo depois vem um cocô pastoso em grande quantidade e muito fedido! Enquanto só mamava no peito, o cocozinho era uma beleza, quase uns fios de ovos, sem cheiro, colorido vistoso.  
 Liguei para minha mãe e contei, com um quê de preocupação, que Alice estava há dois dias sem fazer cocô. De princípio, ela diz, séria, que isso não é doença, não é problema, é adaptação. Depois ri, espontânea, fazendo pouco caso de minhas preocupações, mas sem as desprezar, então resgata histórias do estimado Pe. João, que em sua boa oratória, com humor, dizia que ouvia na rua muitas pessoas preocupadas com o cocô da mariana, o tombo do rafael, mas que ao abrir o jornal, desse mesmo dia, as notícias falavam de guerras, crises, escândalos, tão preocupantes, mas tão pouco comentadas. 
 Enfim, quando li que o papel do pai, na educação dos filhos, é impor limites, demonstrar autoridade, achei que não iria desempenhar tal papel à rigor, já que sou muito carinhoso, cuidadoso e envolvido no desenvolvimento da Alice. No entanto, isso não vai ser problema, pois perto do nível de carinho e cuidado que são oferecidos pela mamãe, sou muito tosco! Vejam só, a mamãe fica com dó (não é pouco, ela fica mesmo sentida e querendo ajudar), quando vê a Alice vermelha, fazendo força para fazer cocô. Mãe é demais. Pudera! Podei isso na hora.

Vai pro seu quarto!

Enfim, Alice volta a dormir em seu quarto. Há algumas semanas tenho dito que está na hora de Alice voltar a dormir no quarto dela, mas a mamãe achava mais cômodo que ela ficasse no berço, ao lado da nossa cama. Hoje é a terceira noite que Alice dormiu sozinha em seu quarto e, quem está feliz, é a mesma mamãe que estava receosa. Claro, como não deixa de ser mãe, fica com uma babá eletrônica que lhe permite ver o bebê a qualquer momento, mas ficou bem mais leve assim. Com Alice no quarto dela, não é qualquer barulhinho que nos acorda, por vezes, Alice está apenas se mechendo, espreguiçando, lamuriando, o que era suficiente para nos deixar alerta, sem necessidade.