Alice, no sábado passado, foi até a casa de seus avós, passar o fim de semana, encontrar seus parentes, brincar com seus primos. Os pais, claro, estavam ansiosos com o que aconteceria: ficaria muito agitada? iria dormir bem? pegaria um resfriado, gripe? iria chorar a cada pessoa nova que a visse? que a pegasse?
Se tivéssemos poucas dúvidas, pouca ansiedade, pouca preocupação, seríamos pouco pais. Considero que somos pais normais, com medos que não nos paralisam, afinal, pudemos viajar com a nossa filhinha de um mês e uma semana de vida, por 90 km de distância, numa cidade nas montanhas, com seu ar fresco e frio em pleno mês de julho.
O resultado foi ótimo! Alice não pegou gripe, sentiu o calor e a alegria de muitos colos, recebeu sorrisos (pena que ainda não saiba retribuir), dormiu como se estivesse em casa. Claro, também chorou, deu seu trabalho, mas se ela não fizesse isso, que é típico de sua idade, nós ficaríamos preocupados.
A casa da vovó e do vovô é o melhor lugar do mundo. É tudo muito belo, tem tanta luz que a toda hora é momento para uma boa foto. Mas não é apenas isso, é uma beleza cheia de vida, natural, vida humana, passáros, irmãos, flores, primos, árvores, pais, macacos, tios, uns dos outros, todos assim, em exuberância. Uma beleza desse tipo não oprime, pelo contrário, é confortável, aconchega o corpo e a mente.
A vovó diz que o segredo do ambiente acolhedor começou desde a construção, o telhado, a alvenaria, os jardins, tudo criado e cuidado por pessoas que não sofreram para o fazer, mas quem sabe até puderam, além de lucrar, sonhar. Mas queremos saber mesmo qual o segredo que mantém tudo isso vivo e aceso.