domingo, 24 de outubro de 2010

Quem sou eu

Se minha idade permitisse, teria votado no Collor em 1989, época em que eu era fã do globo repórter. Depois pintei (na verdade, uma menina me pintou, fiquei estonteado, demorei a decidir se era algo legal ou gozação, só hoje sei que eram as duas coisas) a minha cara de verde amarelo e, em vez de voltar para a sala de aula no fim do recreio, saí pelas ruas em meio às pessoas gritando "Fora Collor",  foi tão bacana matar aula! Depois virei petista, era a idade e o tempo certo para isso. O meu PT era solidário da minha rebeldia, um PT que sustentava a utopia, fomentava o idealismo. Poderia viver o resto da vida assim, mas o PT ganhou a eleição para o cargo mais alto do país, esse dia foi uma epifania, uma imensa utopia realizada e que vivi de corpo e alma na Avenida Paulista. Também foi um pouco como festa de formatura. Parei de pensar nessas coisas.  Eu disse "pensar", é isso mesmo, pois nunca fui um militante, atuante, no máximo fui amigo deles. Então eu e o meu PT tivemos de encarar a realidade e perdemos a ingenuidade. Era necessário prover o meu próprio sustento, mudei-me para o interior de São Paulo, abandonei o idealismo, passei a trabalhar, trabalhar, trabalhar, pelo que sempre agradeci, pois tenho trabalho honesto e rentável. Assim edifiquei os alicerces do meu lar, conheci a mulher que amo, conquistei-a e fui conquistado, novamente o idealismo e o meu coração puro foram ganhando espaço para respirar, totalmente desvinculado da política e dos jornais, apegado ao que transcende ao tempo e ao espaço, envolto ao que é leve e profundo. Esse cara descobriu que vai ter um filho e resolveu escrever um blog para pensar por escrito.

Um comentário:

  1. Que massa Marcelão!!!!
    Muita saúde para sua crescente família.
    Grande abraço do amigo
    Fran

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