sexta-feira, 13 de maio de 2011

contrações e discontrações

Até pensei em comentar via facebook no domingo, mas passou sem que a ideia se concretizasse, certamente atropelada por outras ideias e afazeres, mas como hoje é sexta-feira e ainda me lembro com alegria do filme, sinto que isso é um sinal, quase uma prova, de boa qualidade, então resolvi escrever esta nota. Domingo de tarde, assisti com minha esposa a um filme francês em dvd, não tem a profundidade, a densidade, a complexidade que se espera de um filme francês, era uma comédia e não sou muito chegado em comédias estrangeiras, das americanas não gosto de nenhuma, sendo a única exceção o seriado Friends, que acho genial, com a observação de que precisei assistir aos primeiros episódios para pegar o espírito da série e assim fui assistindo, na sequência, com a comodidade que o dvd proporciona. Na verdade, para o domingo, gostaríamos de alugar “minhas mães meu pai”, mas como não havia disponível, alugamos essa comédia francesa mesmo, esperando um filme leve e divertido, para entreter e foi exatamente isso que encontramos. No início, fiquei meio decepcionado, pois achei que seria uma típica comédia do cara que só faz burradas e só se dá mal do começo ao fim, mas o filme não é sobre isso, é muito melhor. O protagonista é gerente dos correios e mora no sul, queria ser transferido para a riviera e morar à beira do mar, mas é transferido para o extremo oposto, numa cidadezinha no norte da França, então começa uma brincadeira com os estereótipos entre o sul e norte, que até então eu desconhecia. Segundo o filme, o sul é o lugar quente, iluminado e abençoado, com muita arte, cultura e boa culinária, já o norte é um lugar escuro, frio e chuvoso, em que todos trabalham em minas de carvão, as pessoas mal sabem falar e vivem isoladas do mundo, embriagadas para não encarar a sua dura realidade. É divertido ver os próprios franceses ridicularizando o seu queijo fedido, ironizando suas diversidades de pronúncias. O filme ainda fala de preconceitos e sua superação, de bairrismos, de "caipirice", da amizade, do amor, da vizinhança, das mães, da bebedeira, da mentira, da verdade... Biloute, fica aqui a dica, o filme se chama “a riviera não é aqui”, é um filme água com açúcar, gostosinho, ótimo para distrair e passar o tempo. 


 O que isso tem a ver com o tema deste blogue? Tudo. Grávidos precisam relaxar o corpo e a mente. Com a minha esposa está tudo muito bem. Eu é que fico discretamente nervoso, silenciosamente ansioso, vendo o barrigão imenso, imaginando o que me espera, a expectativa que se alonga, sem nada para fazer a não ser aguardar a vida desenrolar seu fio. Por isso, escrever sobre cinema, que é uma das minhas grandes paixões, é boa distração e mais fácil, acho que até mais útil, que pensar em gravidez, parto, bebê, contrações de braxton-hicks... Ah, por isso também, vamos passar o fim de semana no alto da montanha, relaxante, esperando boa culinária, bom descanso, boas fotos e um friozinho acolhedor.

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